terça-feira, 15 de março de 2011

CAMINHOS DA MINHA TERRA

Caminhos da Minha Terra

Cada um destes caminhos
que eu gosto de percorrer,
é raiz forte e profunda
nas veias deste meu ser.

Caminhos da minha Terra,
caminhos dos passos meus,
onde eu em paz e em graça,
sem asas, voo aos céus.

Caminhos da minha Terra:
um rio manso ...um moinho
a converter loiros grãos
em pão cheiroso e branquinho.

Caminhos da minha Terra,
doce aldeia tão garrida!
Em ti, achei a mulher
que deu vida à minha vida.

Caminhos da minha Terra,
minha terra e minha mãe!
Quando um dia for pra Deus,
vós comigo ireis também.

Caminhos da minha Terra,
Por entre campos em flor,
no lindo dia de Páscoa
passa o nosso redentor.

Caminhos da minha Terra,
sois todos, todos iguais:
mas dos caminhos do mundo
sois vós os que valeis mais.

Caminhos da minha Terra,
meu rude chão que amo tanto!
No sangue das minhas veias,
sois a alma do meu canto.

Caminhos da minha Terra,
caminhos, quero-vos bem:
Pelos pés fostes pisados,
sagrados de minha Mãe.

Caminhos da minha terra,
à minha casa ides dar;
caminhos de terra alheia
muito custais a pisar.

Caminhos da minha Terra,
como eu amo o vosso chão!
Sombras de avós em vós andam:
que fantástica visão

Caminhos da minha Terra,
Como sempre me falais
dos meus tempos de criança
que foram para não mais!

Caminhos da minha Terra,
dais para a fonte do lugar
onde as moças à noitinha
água fresca vão buscar.

Caminhos da minha Terra,
ladeados por alminhas.
À espera das orações
De todos vós...e das minhas.

Caminhos da minha Terra,
nos céus a lua campeia,
pintando de prata fina
os montes da minha aldeia.

Caminhos da minha Terra,
pisei-vos de lado a lado,
quer de dia quer de noite,
quer com chuva ou sol doirado.

Caminhos da minha Terra,
minha terra e minha mãe,
quando um dia for pra Deus
Vós comigo ireis também.

Caminhos da minha Terra,
além naquela cozinha
sonha o avô com os netos
durante a noite velhinha

Caminhos da minha Terra,
caminhos vós sois a voz
de tantos que já partiram:
nossos pais , nossos avós.

Caminhos da minha Terra,
é lusco-fusco: trindades,
silencio, paz, oração,
hora de cisma e saudades.

Caminhos da minha terra,
caminhos sois meus irmãos!
Palmo a palmo vos conheço,
quais palmas das minhas mãos.

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